quarta-feira, 25 de novembro de 2009

VIAGEM A ZONA RURAL DE SÃO FÉLIX

Todos os dias, excetos aos sábados, domingos e feriados, a prefeitura municipal de São Félix fornece transporte gratuito à população da Zona Rural . São ônibus que saem ás 06h40 da sede do município, outro vem da sede do distrito de Outeiro Redondo ás 08h30, e faz o retorno no meio da tarde, ás 15h30 . Ás 06h40; pontualmente, na sexta-feira, do dia 30 de outubro de 2009, o ônibus partiu, em sua rotina diária com destino ao Outeiro Redondo. Embarcaram 12 pessoas, metade eram profissionais de educação para trabalharem nas escolas da Zona Rural.
O aspecto interior do ônibus, não era bom. O piso se encontrava sujo de terra, as poltronas visivelmente desgastadas, algumas delas soltas. “O serviço é bom. Não é de todo ruim. É de graça” disse Maria Cardoso, residente na sede do município. Ela usa o serviço de transporte com freqüência, seus familiares moram na localidade de Jaqueira Dura. Sua fala contrasta daquilo que facilmente se observa. “A estrada é perigosa. Mas nunca teve acidente”, falou Roque Sales, professor, do Colégio Duque de Caxias, de Outeiro Redondo.


AS CURVAS ÍNGREMES E SUPER LOTAÇÃO DO ÔNIBUS


Pode-se dividir a viagem em três partes. Na primeira o ônibus atravessa o centro urbano de São Félix pelo calçamento de paralelepípedo; em seguida entra no asfalto, na estrada que liga São Félix a Maragogipe, para depois desviar à direita, e iniciar uma longa subida em estrada vicinal. É nesse momento que à viagem ganha em emoção, principalmente para quem não é habituado. No seu trecho inicial a estrada é, bastante íngreme. Faz medo. Exige do motorista habilidade e do ônibus força no motor. Pelo menos as duas coisas funcionaram bem, apesar do ônibus já estar muito rodado.
Deixando o receio de lado, é admirável a paisagem que se desenha ao longo do caminho. As escarpas, vales e a campina verdejante, reproduzem em nosso olhar uma sensação de bem estar indizível. A viagem interior é quebrada a cada solavanco, por curvas à beira do precipício pelas paradas e entrada de pessoas no caminho, na sua maioria estudantes do Colégio Duque de Caxias, situado na sede do distrito de Outeiro Redondo. Foram seis paradas ao todo. A viagem iniciou com 12 passageiros, agora, na metade do seu percurso contava com 60. Ao conversar com um estudante de 12 anos, este disse, que estava acostumado com a superlotação. E com faceirice, falou que o ônibus estava vazio naquele dia.



ÔNIBUS IMPEDIDOS DE TRAFEGAR CAUSAM INDIGNAÇÃO A POPULAÇÃO


Depois de uma hora, o ônibus chegou a seu destino final: a sede do distrito de Outeiro Redondo. Porém a odisséia não parou aí. Desembarcando no Outeiro Redondo, já havia pessoas aguardando o próximo ônibus com destino à sede do município. Para surpresa de todos, foram informados que não haveria ônibus descendo para a sede. Na praça tinham seis ônibus parados com os motoristas do lado de fora. Indagados, sobre o problema, eles disseram, não ter ordem para sair do local. Criou-se um clima de indignação, pois muitas pessoas que ali estavam, vieram de localidades distantes da sede do Distrito. Aposentadas, iriam receber dinheiro no Banco do Brasil. Uma senhora de nome Rita Maria Ribeiro dos Santos, servente da escola da localidade de Campinhos, estava com uma requisição de exame, e, ainda, pretendia fazer compras na cidade.
A prefeitura de São Félix tem dois ônibus um a serviço da secretaria de Educação e outro a serviço da secretaria de Saúde. O segundo encontra-se quebrado; sua função é levar as pessoas da zona rural com requisição e consultas médicas à cidade; ambos os ônibus servem a população de uma forma geral, coisa já convencionada e rotineira, e os outros quatro ônibus que servem a Prefeitura são terceirizados.
Um motorista, que não quis se identificar, disse que o ônibus, que deveria descer à cidade, era o da Saúde, mas este quebrara, e eles só poderiam ir com autorização do Secretário de Transportes. As pessoas presentes no local disseram desconfiar que esse ato era uma retaliação. Na semana passada algumas pessoas da comunidade denunciaram a superlotação dos ônibus nas rádios locais e tal denúncia virou tema de debate na câmara de vereadores. Segundo elas, é freqüente os ônibus levarem até 150 pessoas.
Diante destas dificuldades as pessoas preferem ir as cidades de São Felipe, Cruz das Almas e Muritiba que estão mais próximas do que a sede de São Félix. Lá compram no comércio e vendem os produtos do lavrado.

AS PESSOAS TIVERAM QUE FRETAR CARROS, PARA IREM A SEDE DO MUNICÍPIO



O único ônibus a descer para São Félix seria o mesmo que trouxe os professores e sairia no começo da tarde. Horário desinteressante para maioria das pessoas. Por isso algumas pessoas tiveram que fretar carros a R$ 35,00 e R$ 40,00. Eu, por sorte, consegui uma carona.